sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Cigarro

Pra epílogo, Grunjão
"Tu não fazes distinção,
És do plebeu e do nobre,
És do rico e és do pobre,
És da roça e da cidade.
Em toda a extensão professas
O direito de igualdade"
(Bernardo Guimarães, "Ao cigarro" [canção], Rio de Janeiro, 1864)

Por: Braun


Rrá! Rrá! Rrá! Rrá! Rrá! Rrá! Rrá! Rrá! Rrá! Rrá! Rrá! Rrá!


Eu não tenho mais nada a declarar, estoy a brisar na discoteca (says Rob)


O cigarro tem um problema. Ele não dá nenhuma brisa! LSD, Santo Daime e San Remy, inclusive o paloso álcool dão uma distorcida das percepções. O cigarro apenas substitui aquilo que já tínhamos nas conexões neurais. Seretoninas, endorfinas, outras niñas são tomadas de lugar pelo rouba-loucuras do cigarro. E ele é impiedoso. Nas miúdas da química neural, o cigarro impõe nicotina nas relações internas de uma pessoa. Quando fumamos temos o princípio de privacidade quebrado, ou melhor, roubado. Mesmo entrando em total discordância nesse texto com Proudhon. Tentem colocar no google as dúvidas da sua vida: tenho em foco a brisa que o cigarro não pode dar. O cinema fez o cigarro, as revistas, o glamour e os anos 50 p'ra frente.Creio que seria necessário reinventar o cigarro, ou até mesmo desconstruí-lo. O cigarro deveria trazer um convite à expansão da mente, à novos modos de percepção. O cigarro deveria ser um convite ao universo paralelo.

Como uma viagem interna. A válvula de escape dos avatares de carne e osso pós-modernos, que alguns dizem que é o ser humano ainda. O que falta no cigarro é o ser-além, a brisa-mor e ainda legalizada, que faz feliz os capitalistas e os consumidores. Alguns me chamarão de alienado, alienista, ou formador de opiniões apáticas, mas a minha brisa só consiste em trazer mais brisas, fazê-las brotar da mente daqueles nervosinhos que fumam o antigo e anacrônico cigarro. O cigarro como ele é já está ultrapassado. Os filmes dos anos 50 são classificados na locadora como clássicos (eufemismo de velharia, ou TCM), não mais dão tesão como antes. Também, Constantine foi deturpado no filme, dá até vontade de parar de fumar.

Mas como vejo o cigarro como um processo e criação cultural, ele tem o seu valor. As substâncias rouba-seretonina do atual cig, os venenos de rato e as fotinhas escrotas das embalagens poderiam ser substituídas por substancias firmeza que trariam as mais belas brisas criativas do homem. (Ou você acha que a Escola de Frankfurt se formou com pirulitos?) O cigarro deveria ser algo além do terreno, das substancias de morte já conhecidas, falta mística no cigarro, falta a derradeira brisa, falta cânhamo, THC, falta Bob e Jáh! Realmente o cigarro deveria ser a maconha.

Por: Robson Ashtoffen


Rrá! Rrá! Rrá! Rrá! Rrá! Rrá! Rrá! Rrá! Rrá! Rrá! Rrá! Rrá!


Caraya!!!! Eu ainda não terminei! termino até o final do dia...(says Fábio)


Com os olhos de uma criança esperta

"Porque fumamos e inalamos
uma porção razoável de fumaça
que junto de tanta bagaça
acabará com os nosso querido pulmão!
Se eu enfiasse a minha cara
em um escapamento qualquer
não teria eu a mesma sensação?"


Enquanto fumamos, prazerosamente o cigarro exala sua fumaça azulada que destoa em um plano lúgubre e nos deixa sentir aquela sensação de ranço que refila nosso pulmão em microsegundos e volta a superfície graciosamente preenchendo ao todo aqueles minutos pós-pré-qualquer-coisa-assim-que-acendemos-um-bastonete-nicotinoso-do-tinhoso.

Deixaria de ser um hábito que se torna um vício para ser mais uma convenção no seu dia-a-dia. Tão natural como escovar os dentes, cortar as unhas e limpar a cera do ouvido. Ou você poderia imaginar um formulário de admissão para um emprego em que tivesse esses seguintes campos a serem preenchidos: Você toma banho? Quantas vezes por dia você escova seus dentes? Seria muito estranho para mim...deixemos o cigarro e os fumantes em paz, coitados, ambos já possuem muitos problemas.

Se inventamos o fogo a caralhadas de anos atrás, nada mais óbvio para um homem pensar em uma maneira de absorver e controlar este fogo em um pequeno shot de papel. Imaginem: o mesmo fogo que assa nossas presas e proporciona um gosto novo ao rango pré-histórico, poderia ser utilizado junto a qualquer coisa a ser queimada e aspirado diretamente pra dentro de nóis! Não parece uma idéia simples?!

Pois é... porque não encontramos uma maneira de fumar coisas mais saudáveis ao invés dos fluídos de baterias que a indústria põe em nossos cigarretes? Porque não substituir o alcatrão que só nos ferra e não colocar uma parada singela e deliciosa pra gente queimar?

As divagações devem ser curtas e se não for assim, então não sei.

Por: Fábio Albuquerque


Rrá! Rrá! Rrá! Rrá! Rrá! Rrá! Rrá! Rrá! Rrá! Rrá! Rrá! [


Agora que os quatro escreveram a gente publica no blog??? (says JP)

Você sai nervoso, olha para os lados e está tudo turvo, não pensa direito, não fala, respiração curta, galopante. Olha pra trás e a porta fechada te chama a derrubá-la, "filha da puta!" você pensa, "filha da puta" você murmura, "filha duma puta!!" você grita... parece que a porta vai se abrir a qualquer momento... você fica louco pra chutar a porta e depois que ela cair chutar quem sair de dentro dela... você olha, mira, toma distância então vira as costas e pensa "vou fumar um cigarro antes que eu faça alguma merda."

Cigarro mata, adoece, apodrece, tira o fôlego, está cada vez mais caro, dá mau-hálito, estraga os dentes, incomoda os outros, queima os outros in the dancefloor, mas também te dá tempo para pensar, joga fumaça no seu cérebro e desanuvia as idéias, as ninas do cigarro acalmam, os cinco minutos out there te dão a chance de uma nova perspectiva, um novo respiro sujo e malcheiroso, uma segunda chance de não por tudo a perder, de não precipitar, uns instantes antes da aposta... no tempo de um trago, no tempo de um cigarro.

Vicio social, vicio psicomotor, mania, compulsão, WM 270 - Substance-related disorders... cigarro é tudo isso e sem dar brisa.

Um caretinha é um freio de arrumação.

Por: João Pedro

4 comentários:

João Pedro Moraes disse...

http://comodeveriaser.blogspot.com/

se liguem... hahahahahahaha

...em construção... disse...

uma coletânea de utopias, um blog miscelanico-utópico.
uma biblioteca de brisas!
um blog que deveria ser, mas ainda não é, pq está sendo!
hahahaha
feito por grunjões p/ grunjões e... também para caretinhas, pq não?

beijos!
aline, companheira de front, que não está brisada!hehehe

Thiago Bezerra disse...

hahahahah!
muito bom o blog de vocês!!!
continuem!!!!

Cidadão ³ disse...

apologia a